III CONFERÊNCIA CAVA – “A GLOBALIZAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS”

Saldanha Sanches, Pedro Passos Coelho e Luís Lobo-Fernandes foram os convidados da terceira conferência promovida pelo Clube Amigos de Vieira. Centenas de pessoas juntaram-se no Auditório Municipal de Vieira do Minho para debater as questões relacionadas com a globalização e os direitos humanos.

Promovida pelo Clube dos Amigos de Vieira – CAVA, a terceira conferência de âmbito nacional, com o alto patrocínio do Presidente da República, juntou dois especialistas na área do Direito e da Economia, que apresentaram à plateia os seus pontos de vista. Saldanha Sanches e Pedro Passos Coelho, num debate moderado pelo pró-reitor da Universidade do Minho, Luís Lobo-Fernandes, falaram da actual conjuntura e da legislação em vigor, fazendo uma retrospectiva sobre a construção histórica dos direitos fundamentais. Lembrando que “a nossa liberdade acaba quando começa a do outro”, Saldanha Sanches afirmou que “o Estado é o mediador das relações entre os seres humanos”. Em resposta à plateia, que se mostrou muito interventiva, o professor realçou que “a economia social pode preencher os desafios” que se colocam neste momento de crise, em que as empresas estão a fechar e os postos de trabalho a desaparecer.
Durante a conferência que decorreu, na passada sexta-feira à noite, subordinada ao tema ‘A Globalização e os Direitos Humanos’, Passos Coelho questionou a assistência: “numa altura em que a sociedade vê as empresas a fechar e que associa isso às leis do mercado, o que vai acontecer ao comércio internacional e aos direitos humanos em todo o mundo?” A este respeito, o economista relembrou que “o comércio nunca foi totalmente livre na maior parte dos países e que o Estado precisa de intervir para garantir a justiça social”. Afirmando que “podemos ser eficientes e não justos”, Passos Coelho salientou que “ganham todos em termos do comércio livre” porque “nós precisamos de ter um comércio livre para ter um comércio justo”, com os direitos assegurados. Em termos da globalização, o economista explicou que “as sociedades não se bastam a si próprias” porque “precisamos do mercado internacional para aquilo que manufacturamos”. No final, depois de elogiarem a presença do numeroso público, os oradores falaram da necessidade de “uma nova geração de instituições sociais”, capazes de dar respostas às actuais preocupações da população. A mudança de atitude e a visão optimista, sobretudo por parte dos jovens, foram também apontadas como o caminho a seguir. “Tenho muito gosto em saber que muitas pessoas têm vontade de mudar de atitude”, disse Passos Coelho perante os testemunhos do público.