Manuel António Gonçalves
“CAVA E AS PESSOAS CENTENÁRIAS DE VIEIRA DO MINHO”
Lamalonga via nascer, a 31 de março de 1922, Manuel António Gonçalves que, no presente, completou 100 anos.
Filho de lavradores, e com sete irmãos, desde cedo soube os sacrifícios de uma vida dura de luta e trabalho.
Casou, teve um filho e, hoje, os três netos aquecem-lhe o coração.
Partilha que fez “a quarta classe”, e, da infância, guarda algumas memórias do trabalho na lavoura, e dos jogos à malha e os de futebol “com uma bola de pano”.
E qual o segredo para chegar aos 100 anos? Manuel António Gonçalves responde: “Nenhum. Não fiz nada para chegar aos 100 anos”, assume com modéstia.
Desta já longa caminhada, destaca o casamento e o nascimento do filho como os momentos mais felizes.
Dos momentos mais tristes, recorda a falta do filho.
Sobre a guerra na Ucrânia, o centenário não concorda nada com o conflito: “Cada um deve produzir as suas terras e não deve andar a tentar tirar terras a outros”.
Mas, de injustiças, sempre foi feito o mundo, ou não recordasse “o tempo de Salazar”, onde se dizia que “os camiões levavam as sobras de Portugal para Espanha, e os portugueses a precisarem tanto de comer”.
A aldeia que o viu nascer está, hoje, com menos gente. “Uns faleceram e outros foram emigrando, para Inglaterra; Brasil e para todos os lados”, refere o centenário.
Uma aldeia com menos gente e também com menos neve: “Quando eu me criei, nevava tanto que se mantinha por oito dias e, depois, ainda geava por cima dessa neve. Não sei lá bem porquê, mas já há muito que não vem uma boa camada de neve”, relembra Manuel António, que continua a amar a sua terra natal, seja ela de que forma for.
Apesar de todas (e tantas) mudanças, continua com a mesma serenidade, e com um discurso tranquilo, recheado de sabedoria e tantas memórias.
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Um projeto CAVA, visto pelo olhar atento de João Sousa, fotógrafo e videógrafo, com o apoio do Instituto Português do Desporto e Juventude, I. P. (IPDJ, I. P.); O Jornal de Vieira e Rádio Alto Ave.